quarta-feira, 25 de maio de 2011

BRINCANDO DE SER SINCERA.

  Ando brincando de ser sincera, confesso que não é uma brincadeira tão fácil, ao menos pra mim, tem sido difícil.
  Etimologicamente sinceridade significa lisura de caráter, achei interessante esse significado e pensando por esse lado, realmente a tal lisura de caráter não deve ser algo fácil.
  Descobri, em uma linda noite de sábado as 22 horas, horário em que muita gente estava se preparando para curtir o tão esperado sábadão, eis que descubro juntamente com uma amiga (amigos são sempre pessoas enviadas para nos surtar nos mais variados momentos ou para dizer aquelas duras palavras que tanto nos impulsionam a caminhar), descobri que na prática minhateoria de sinceridade não funcionava.
  Me senti enganada por mim mesma, em vários momentos de nossas vidas fazemos isso, mas juro, que quanto a tal lisura de caráter eu não percebia que ficava me boicotando ou me enganado.
  Descobri  que nem sou tão sincera assim, que não sou tão clara quanto cobro e penso e isso me deixou profundamente preocupada, esse assunto rendeu-me uma boa noite de insônia e descobertas.
  Comecei a listar algumas pessoas em que eu achava que não eram tão sinceras e comecei a pensar em coisas que eu gostaria de dizer a elas, e foi a ai que percebi que eu também nem era tão sincera assim.
  Na manhã seguinte já comecei a colocar a "lisura de carater" como meta para todas as minhas relações, e mais uma vez listei algumas pessoas que eu sentia que precisava iniciar essa brincadeira de ser efetivamente sincera, foi um processo interessante, para alguns íntimos eu indagava estou sendo clara?Você acha que eu me faço entender?Eu parecia ter realmente surtado.
  Agora passado um mês aproximadamente desse meu "surto psicótico", que durou toda uma madrugada, estou colhendo os frutos dessa brincadeira.
  Ainda me é estranho e difícil, falar as coisas sem pudor, sem medo de mostrar as fragilidades,  humildade para admitir erros, e ainda ter a coragem de ouvir o outro também é muito delicado, ainda mais pra mim, que sempre, ou em grande parte dos meus longos anos, saia fazendo as coisas sem olhar para o lado, vivendo sozinha meus relacionamentos, hoje, o respirar, lembrar que existe o outro e que as decisões devem ser tomadas em conjunto, que é necessário respirar e respeitar, tem sido um movimento extremamente gratificante e dolorido.
  Aceitar o modo que o outro pensa, que pode ser diferente do meu, aceitar que o método de resolução das pessoas são diferentes e que alguns desses métodos podem influenciar diretamente você e em determinados momentos é isso, é respirar e aceitar a vontade do outro.
  Ouvi uma frase ontem que fiquei pensando " as vezes a vida é igual elevador, que pára e não adianta a gente se remexer, podemos apenas esperar", pra mim, essa frase faz todo sentido, embora não seja tão simples assim.
  Mas ando tentando obedecer algumas leis do universo e tentando ver qual o momento exato paraandar, para correr e para parar, e esse ultimo tem me sido o mais difícil.
  É isso, as vezes o momento é de esperar, esperar o outro, esperar o momento do outro, avontade do outro, esperar as coisas passarem, esperar o tempo passar.
  Talvez me seja difícil esperar pois tenho medo da ação do tempo, acho ele lindo, mas extremamente perigoso, porque ele tem o dom de levar as coisas, de fazer com que coisas significativas deixem de ter significado, faz lembranças maravilhosas virarem vagas lembranças.
  Ai ai como tem sido difícil essa brincadeira de sinceridade, e o pior é
delimitar o momento exato de brincar, pois não adianta só uma boa fala, mas sim uma boa fala em um bom momento, e essa junção pra mim requer muito esforço, muito respirar e muitoparar.
  Como tendo ser uma pessoa melhor a cada dia, meu desafio do momento é esse, buscar a todo custo e com muita sabedoria essa tal lisura de caráter, eita coisinha difícil meu DEUS.
  Mas vamos lá, continuo nessa empreitada  oras forte, oras fraca , oras cansada, oras irritada, mas continuo até que ela se torne natural em meus dias e que eu possa dizer isso com todas as letras, e que eu possa olhar pra esse "surto de sábado a noite" e ver o quanto ele me foi essencial e o quanto fez diferença em minha vida.

sábado, 21 de maio de 2011

ESTRADAS.

  Desta vez nem vou disfarçar, vou falar de amor simmmm.
  PROCURAR, PARAR, ESPERAR,LUTAR, ACEITAR, quando se pensa em amor, ou no que se projeta do amor, essas palavrinhas não saem da minha mente, é claro que o esquecer e o lembrar também se fazem presentes em meus pensamentos quando lembro da palavra amor.
  É quase uma brincadeira mental como fazia a Xuxa em seu antigo, bem antigo programa, fala-se uma palavra e o outro diz o que lhe vem a cabeça, comigo não é um dialogo e sim um monólogo e não é uma palavra, mas, algumas várias palavras que vem a mente subitamente ao pensar no tal amor.
  "Esse tal amor", ai ai canso-me dele sabia, é claro que só falo isso porque atualmente o tal amor não está presente em minha vida.
  O amor está presente em tudo que eu faço, amo fazer o que o eu amo, amo estar com pessoas que amo, mas não está materializado em uma figura masculina, presente, companheira e incompleta.
  Como essa estrada amorosa é complexa, oras é fácil a caminhada, oras parece que o caminho fica estreito e cheios de obstáculos, fora quando está se aproximando de outra estrada, prestes a se cruzar e por algum motivo do destino ou tempo essa estrada simplesmente desaparece da nossa frente sem ao menos dar explicação, quando é assim, o que fica em nossa estrada?Paixão?Amor?Sabedoria? Aprendizados?Esse último penso que sempre está presente e se não tiver precisamos ir atrás dele.
  Algumas pessoas cruzam nossa estrada por um curto tempo, mas deixam grandes ensinamentos, outras nem sabem quantos ensinamentos deixaram.
  O desafio é entender ou tentar entender o papel da estrada que estamos cruzando e respeitar (essa pra mim com certeza é parte mais difícil) quando seu papel foi encerrado.
  E como entender que a estrada que você cruzou não foi feita para se unir a sua, e que possivelmente já está unida a outra estrada?
  Como deixar uma estrada interessante sair da sua e seguir seu caminho?Deixando ou não elas se vão, talvez o questionamento deveria ser, como prosseguir quando uma estrada interessante segue seu ciclo de vida?
  A cada dia que passa, tenho pensado mais no "quanto é difícil encontrar essa tal metade da laranja", parece que a cada passar dos dias, a cada momento de evolução e amadurecimento, nosso olhar fica mais seletivo e isso faz com que o se sentir "completada" por alguém se faz mais distante ou mais difícil...
  Acredito que temos que nos sentir completos internamente, apenas deixando espaço para uma outra pessoa, compor nosso ser, ou nossa vida, nosso coração, nossos pensamentos.
  Alguns momentos fico pensando que o mais queremos é cumplicidade e companheirismo, parece que todos nós buscamos através do amor esses dois adjetivos, uns exacerbadamente outros mais tranquilamente.
  Sinceramente quero não pensar mais na estrada que em algum momento cruzará a minha, quero caminhar em minha estrada tranquilamente, aproveitando as estradas que cruzarem meu caminho por um dia, por ano ou pela vida toda e ir seguindo, vivendo sem pensar tanto nela e quero agradecer também todas as estradas que cruzaram meu caminho e deixaram um pouquinho de si e muitos ensinamentos que com certeza levarei comigo.
  E continuo aqui, seguindo meu caminho e cuidando da minha estrada...





domingo, 8 de maio de 2011

GRILOS NA GARGANTA

Em algum momento de nossas vidas, sentimos um nó na garganta, não só aquele nó de medo, de choro, de desespero, de susto, um nó de coisas que parecem que não descem por nada nesse mundo.
Aqueles "nós", de coisas que ouvimos e não gostamos, aqueles "nós" de coisas que não falamos.
No meu caso é o ultimo "nó".
Ando sentindo, ultimamente, que todas as palavras que eu não disse em minha vida, se encontraram em minha garganta e estão loucas pra sair, pra sair a qualquer custo e não estou mais sabendo controla-las, nem sei se devia fazer isso.
Sinto como se fossem milhares de grilos presos, loucos pra sair em bando e devorar tudo o que encontram pela frente.
Quando me pego pensando nisso, entro em vários questionamentos, será que o outro deseja ouvir meus grilos?Deseja resolver coisas que eu julgo que devem ser resolvidas?E se isso não acontecer, resolvo mesmo assim?E as palavras que estão loucas pra serem ditas?O que faço com elas?Arrisco a dizer ou arrisco a guarda-las e lá na frente me frustrar por coisas não ditas e não vividas?
Confesso que exagero um pouco nesse "pensar" na vida, mas é fato, morro de medo da vida passar e eu deixar de fazer coisas que me são vitais, esse medo me corrói, tanto que em plenos 20 e poucos anos comecei a rabiscar uma auto-biografia amorosa pra saber se de fato, aproveitei meus anos de juventude.
Ok falando assim, pareço uma jovem senhora de 90 anos, não sou, sou uma jovem mulher de 20 e poucos anos, mas desejo aproveitar todas as coisas que eu julgar importante para esses meus anos.
Outro dia ouvi uma frase que mexeu muito comigo, a frase dizia passei a juventude sonhando o que eu queria ser na velhice e a velhice inteira constantando tudo que eu não fui, não posso nem olhar cinco minutos para essa frase, ela já me faz enlouquecer.
Voltando aos meus grilos, eles estão fazendo uma revolução em mim, principalmente porque passei boa parte da madrugada passada, um sábado por sinal, pensando em coisas que eu cobro e que não sou, como clara por exemplo.
Tenho um lindo discurso de sinceridade e clareza, mas vi que objetivamente não sou tão clara quanto prezo e isso me deu uma vontade imensa, de resolver toda minha vida em um minuto.
De listar pessoa a pessoa que eu fiquei de dizer algo, ou deixei de dizer algo, e ligar uma a uma e dizer, independente do que a pessoa fará com essa informação, mas fiquei com vontade de rever pessoas que não vejo ha anos, ex namorados que nem tenho muito contato, amigos que não fazem mais parte do meu ciclo, paixõezinhas complexas que não estão fora nem completamente dentro de minha vida, mas me deu vontade de ligar e resolver uma a uma, dormir e acordar outra pessoa, sem grilo algum, sem duvida alguma.
Mas dizer, requer ouvir, e estou preparada de fato pra ouvir certas coisas?
Sinceramente não, por isso, tentei acalmar minha ansiedade e listar apenas algumas poucas pessoas pra começar, e tentar assim, treinar a "clareza efetiva".
Espero sinceramente que esses grilos não desaparecam, desejo colocar pra fora, ainda que haja tempo, tudo o que eu desejo, não quero que as pessoas saiam da minha vida sem saberem de algumas coisas, e essa vida onde tudo é possível, onde cada minuto é único, onde tudo pode acontecer, onde cada minuto trás mudanças repentinas e absurdamente grandes, quero aproveitar a ânsia dos grilos e botar pra fora de uma vez por todas, coisas que há tempo tenho guardado bem no fundo do meu eu...