Em algum momento de nossas vidas, sentimos um nó na garganta, não só aquele nó de medo, de choro, de desespero, de susto, um nó de coisas que parecem que não descem por nada nesse mundo.
Aqueles "nós", de coisas que ouvimos e não gostamos, aqueles "nós" de coisas que não falamos.
No meu caso é o ultimo "nó".
Ando sentindo, ultimamente, que todas as palavras que eu não disse em minha vida, se encontraram em minha garganta e estão loucas pra sair, pra sair a qualquer custo e não estou mais sabendo controla-las, nem sei se devia fazer isso.
Sinto como se fossem milhares de grilos presos, loucos pra sair em bando e devorar tudo o que encontram pela frente.
Quando me pego pensando nisso, entro em vários questionamentos, será que o outro deseja ouvir meus grilos?Deseja resolver coisas que eu julgo que devem ser resolvidas?E se isso não acontecer, resolvo mesmo assim?E as palavras que estão loucas pra serem ditas?O que faço com elas?Arrisco a dizer ou arrisco a guarda-las e lá na frente me frustrar por coisas não ditas e não vividas?
Confesso que exagero um pouco nesse "pensar" na vida, mas é fato, morro de medo da vida passar e eu deixar de fazer coisas que me são vitais, esse medo me corrói, tanto que em plenos 20 e poucos anos comecei a rabiscar uma auto-biografia amorosa pra saber se de fato, aproveitei meus anos de juventude.
Ok falando assim, pareço uma jovem senhora de 90 anos, não sou, sou uma jovem mulher de 20 e poucos anos, mas desejo aproveitar todas as coisas que eu julgar importante para esses meus anos.
Outro dia ouvi uma frase que mexeu muito comigo, a frase dizia passei a juventude sonhando o que eu queria ser na velhice e a velhice inteira constantando tudo que eu não fui, não posso nem olhar cinco minutos para essa frase, ela já me faz enlouquecer.
Voltando aos meus grilos, eles estão fazendo uma revolução em mim, principalmente porque passei boa parte da madrugada passada, um sábado por sinal, pensando em coisas que eu cobro e que não sou, como clara por exemplo.
Tenho um lindo discurso de sinceridade e clareza, mas vi que objetivamente não sou tão clara quanto prezo e isso me deu uma vontade imensa, de resolver toda minha vida em um minuto.
De listar pessoa a pessoa que eu fiquei de dizer algo, ou deixei de dizer algo, e ligar uma a uma e dizer, independente do que a pessoa fará com essa informação, mas fiquei com vontade de rever pessoas que não vejo ha anos, ex namorados que nem tenho muito contato, amigos que não fazem mais parte do meu ciclo, paixõezinhas complexas que não estão fora nem completamente dentro de minha vida, mas me deu vontade de ligar e resolver uma a uma, dormir e acordar outra pessoa, sem grilo algum, sem duvida alguma.
Mas dizer, requer ouvir, e estou preparada de fato pra ouvir certas coisas?
Sinceramente não, por isso, tentei acalmar minha ansiedade e listar apenas algumas poucas pessoas pra começar, e tentar assim, treinar a "clareza efetiva".
Espero sinceramente que esses grilos não desaparecam, desejo colocar pra fora, ainda que haja tempo, tudo o que eu desejo, não quero que as pessoas saiam da minha vida sem saberem de algumas coisas, e essa vida onde tudo é possível, onde cada minuto é único, onde tudo pode acontecer, onde cada minuto trás mudanças repentinas e absurdamente grandes, quero aproveitar a ânsia dos grilos e botar pra fora de uma vez por todas, coisas que há tempo tenho guardado bem no fundo do meu eu...
"...Falar pode aliviar dores..." - Willian Shakeaspeare
ResponderExcluirFica a dica!! rs
Beijos