Sempre me pergunto o que é essa tal fidelidade.
Etimologicamente fidelidade vem do latim e significa exatidão em cumprir suas obrigações, suas obrigações com quem?Consigo mesmo ou com o outro?
Fidelidade, individualidade, passividade, possibilidade...
Afinal devemos ser fieis a quem?
A nós mesmos?Se essa for a optica, talvez devessemos pensar menos, agir mais, esperar menos, fazer mais, sonhar menos e concretizar mais, como mesclar individualidade, possibilidade, curiosidade e vontade?
A fidelidade também pode ser vista, não só perpassando sua relação com o outro, mas sua relação com seu eu, fidelidade à suas raizes, pensamentos, verdades, concepções, valores, olhares, mas qual o limite para auto fidelidade?Se você, assim como eu, acreditar que estamos em constante evolução, alguns desses itens citados necessitam ser revisados quase constantemente e como fica a tal fidelidade?
E se tratando de uma relação a dois?Fidelidade ao outro que está comigo?Fidelidade a relação socialmente instituida e padronizada?Fidelidade a relação construida?
Fidelidade ao outro?Fidelidade ao sentimento sentido pelo outro?
Realmente a tal da exatidão em cumprir suas obrigações é muito complexa, principalmente porque as "tais regras" de fidelização são particularmente subjetivas, parece um pleonasmo, mas é propositalmente empregado.
Fidelidade, como realizar a junção da intra-fidelidade com a extra-fidelidade?É possivel?
Vejamos, se deixamos de fazer algo que julgamos importante pra nós mesmos só para agradar o outro, talvez estejamos focando mais na extra do que na intra fidelidade, ou ainda se realizamos algo que não nos agrada porém agrada o outro, continuamos, dependendo do grau de satisfação/insatifação focando na extra fidelidade, em alguns momentos nos traimos, só para ser fiel ao outro.
Não estou com isso dizendo que sempre temos que fazer o que queremos, desejamos e almejamos, acredito muito no principio da troca, do compartilhamento, da negociação, mas ainda acho que devemos ter o olhar voltado um pouco para o auto conhecimento e questionamento, principalmente em relação a relação com o outro.
Essa relação com o outro já é por si só contraditória, confusa e complexa, o fato de se relacionar com alguém que pode ou não parecer com você, o ato de compartilhar,
trocar, essa falsa ilusão de pertencimento ao outro é muito delicada, ja dizia o poeta gente não pertence a gente, mas a gente ainda teima em acreditar no contrario.
De qualquer forma essa fidelidade não me sai da cabeça, vou continuar aqui pensando nela e bucando o equilibrio entre a intra e a extra fidelidade.
Assim continuo, me conhecendo, me questionando, me doando, me emprestando, buscando, experimentando, me permitindo...
Com uma crise aqui outra ali, uma indagação ali outra acola, uma decepção aqui, uma realização ali e assim continuo nessa linda caminhada...

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